Desde a época em que o jogo do bicho era a única maneira que brasileiros tinham de apostar em jogos de azar, a relação entre apostas, futebol e carnaval existia.Castor de Andrade, o advogado carioca e bicheiro, foi o primeiro a inaugurar o patrocínio a clubes de futebol com a receita das apostas.
Apoiando seu time do coração, o Bangu Atlético Clube, Castor seguiu sua paixão por futebol e Carnaval e acabou consolidando sua imagem e aumentando seu império com as apostas. Entretanto, foi em 2020 que o Brasil cresceu seu mercado de apostadores na indústria de jogos online a ponto de se tornar o maior público na América Latina.
Sabe-se também que o brasileiro tem uma proximidade com os temas de apostas há mais tempo do que isso e alguns fatores para que isto ocorra são sociais e econômicos, o que tornam o Brasil um paraíso para as apostas.
A relação entre futebol e casas de apostas no Brasil
Campeonatos e programas esportivos têm recebido altos incentivos das bets, cerca de 560 milhões de reais anuais. Porém o que não se sabe é que as casas de apostas aumentam ainda mais seu faturamento com isto.
Clubes de grandes e pequenas divisões exibem em seus uniformes e estádios as marcas de sites de apostas, o que gera receita importante e amplia a visibilidade das operadoras. Como vimos o clube Portuguesa assinar um contrato bilionário recentemente. Essa parceria oferece aos clubes uma fonte adicional de financiamento para contratações, infraestrutura e outros investimentos feitos pelos clubes.
Além dos patrocínios, o envolvimento com as apostas aumenta o engajamento dos torcedores, incentivando a interação durante os jogos. Muitos fãs apostam em partidas para aumentar a emoção e o interesse em acompanhar o desempenho de suas equipes.
No entanto, essa relação também exige que as operadoras se regularizem como uma medida para evitar problemas como manipulação de resultados e vetores econômicos como lavagem de dinheiro e corrupção dentro de clubes.
Por isso, o governo e as entidades esportivas buscam implementar mecanismos que fiscalizem e protejam o futebol e os apostadores de qualquer tipo de fraude. Dessa forma, o futebol e as casas de apostas no Brasil se complementam economicamente e no entretenimento, mas demandam muita ética para assegurar um ambiente justo e seguro.
A regulamentação das casas de apostas no Brasil
Desde 2018, as apostas de quota fixa em eventos esportivos são legalizadas pela Lei 13.756/2018, que exigia regulamentação em até quatro anos. Esse processo foi negligenciado até 2023, quando a atual administração federal enviou ao Congresso uma Medida Provisória para aprimorar a lei, resultando na aprovação da Lei 14.790/2023.
Essa alteração incluiu jogos online e deu ao Ministério da Fazenda a responsabilidade de regular o setor por meio da Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA-MF). Em 2024, diversas portarias foram publicadas, estabelecendo regras para garantir segurança às empresas e jogadores.
A necessidade de uma política de regulamentação das bets veio por alguns fatores. O primeiro é ao dinheiro que estas operadoras estrangeiras movimentavam em solo nacional, sem declarar nenhum imposto sobre isso.
Segundo porque se tornou evidente que o Brasil é um espaço muito disputado, e cada vez mais casas de apostas lançavam incentivos com propagandas indevidas ao redor do país. Apesar disso não ter diminuído, o Brasil passou a taxar a participação de casinos e operadoras de sites de apostas no mercado nacional, como ocorre em todos os demais países cuja atividade é permitida.
Como funciona a licença do governo brasileiro
Desde que foi anunciado o processo de regulamentação e a licença brasileira para as operadoras de jogos de azar, o Ministério da Fazenda recebeu 113 solicitações de 108 empresas. As medidas do governo passam a entrar em vigor no dia 01/01/2025, então as operadoras que desejam manter suas plataformas funcionando no Brasil tiveram de correr para solicitar a sua a tempo.
Dentre as consequências de atuar no Brasil sem licença está uma multa de até 2 bilhões de reais. Com a permissão, as casas de apostas licenciadas no Brasil, podem atuar livremente por até 5 anos e até três marcas poderão operar sob a mesma licença que custa 6 milhões de dólares (Em torno de 30 milhões de reais).
Os patrocínios aos clubes de futebol brasileiros
Um espaço que nos últimos anos tem sido tomado pelas grandes marcas bets são as camisas dos times de futebol ao redor do Brasil. O patrocínio a clubes de futebol já representa uma enorme parcela do faturamento desses clubes. Sendo considerada até mesmo uma tendência emergente na indústria de apostas esportivas. Dentre os times da série A do Campeonato Brasileiro somente o Palmeiras mantém o banco Crefisa como patrocinador Máster, mas que deve mudar em breve para a Sportingbet.
Algumas plataformas oferecem promoções e bônus exclusivos para torcedores, o que aumenta ainda mais a atração do torcedor, que se torna um apostador em potencial. As casas de apostas conseguem se inserir no dia a dia dos fãs por meio de conteúdos interativos, desafios e por meio de influenciadores esportivos que reforçam essa ligação.
fonte: midiamax