O ministro Cristiano Zanin, do STF, acompanhou o voto do relator Alexandre de Moraes e apoiou a condenação de sete réus ligados ao núcleo de desinformação da tentativa de golpe após as eleições de 2022. A Primeira Turma do STF julga esse grupo por disseminar informações falsas, atacar o sistema eleitoral e coordenar ações contra adversários políticos. A atuação foi considerada parte de um plano para manter Jair Bolsonaro no poder, mesmo após derrota nas urnas.
Zanin destacou a “clara divisão de tarefas” no grupo, evidenciando uma organização criminosa com objetivo de desestabilizar o governo eleito. Para ele, houve contribuição direta na construção de narrativas falsas que alimentaram atos antidemocráticos. Apesar da condenação da maioria, o engenheiro Carlos Cesar Rocha foi absolvido de parte dos crimes, com base em “dúvida razoável” sobre sua intenção ao divulgar um relatório falso.
Esse relatório serviu de base para questionar o resultado das eleições e foi classificado por Moraes como “uma das coisas mais bizarras que a Justiça Eleitoral já recebeu”. Segundo a denúncia, o grupo também criou uma “Abin paralela”, usando recursos públicos para espionar opositores e produzir fake news. Militares e um policial federal fazem parte do núcleo.
Os réus são acusados de diversos crimes, como tentativa de golpe, dano ao patrimônio público e deterioração de bens tombados. A sessão continua com votos de Luiz Fux, Cármen Lúcia e Flávio Dino.
A decisão final ainda depende da maioria dos ministros.