A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou novas evidências no processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, acusando-o de ser o líder de uma organização criminosa responsável por tentar desestabilizar a democracia. O documento da PGR, que traz detalhes de quase dois anos de investigação, revela que Bolsonaro tinha conhecimento de todos os passos do plano golpista, incluindo a preparação de um discurso a ser proferido caso o golpe fosse bem-sucedido.
Entre as provas, a PGR destaca a descoberta de um discurso pronto, encontrado na sede do Partido Liberal, na sala de Bolsonaro e no celular de Mauro Cid, ex-assessor do presidente. O texto, segundo a denúncia, detalha a estratégia do golpe, com a decretação de estado de sítio e a implementação da Lei da Garantia e da Ordem (GLO), com o objetivo de assegurar a permanência de Bolsonaro no poder de forma autoritária.
A Procuradoria afirma que o discurso revela o nível de controle que Bolsonaro exercia sobre os planos da organização criminosa e a sua intenção clara de manter-se no poder, utilizando-se da força para consolidar um regime autoritário. A denúncia também envolve mais 33 pessoas, que teriam colaborado diretamente para a execução do plano.
As investigações continuam, com a PGR buscando mais provas que reforçam a acusação de que o ex-presidente e seus aliados estavam cientes das ações e objetivos da organização criminosa, comprometendo ainda mais a estabilidade política e democrática do país.
Este caso marca um dos momentos mais graves da investigação sobre a tentativa de golpe em janeiro de 2023, levantando sérias questões sobre a conduta de autoridades do governo anterior. A PGR reforça que a luta pela preservação da democracia segue sendo prioridade.