Uma pesquisa realizada pela Organização Social Poiesis entre janeiro de 2024 e junho de 2025 revela um retrato potente e diverso da leitura nas periferias de São Paulo. O levantamento nas bibliotecas de oito Fábricas de Cultura mostra que as mulheres, especialmente jovens, representam 70% dos leitores um índice acima da média nacional.
Os dados apontam ainda que o gosto literário é plural: das sagas japonesas como One Piece aos clássicos de Shakespeare e Dostoiévski, passando por autores negros e periféricos como Conceição Evaristo e Jefferson Ferreira. Em territórios como Brasilândia, Iguape e Jardim São Luís, os mangás lideram as prateleiras, enquanto em Capão Redondo, obras de Virginia Woolf e bell hooks ganham destaque.
A curadoria coletiva dos acervos com 38% de renovação mensal baseada em sugestões dos próprios leitores reforça a representatividade e o protagonismo de vozes diversas.
Mais que bibliotecas, as Fábricas de Cultura funcionam como centros vivos de formação cidadã e articulação comunitária, promovendo o acesso democrático à literatura em territórios historicamente marginalizados.