O governo de Olaf Scholz perdeu um voto de confiança no parlamento alemão nesta segunda-feira, 16, colocando fim a um governo cada vez mais impopular e abrindo caminho para eleições no início do próximo ano. A derrota marca um momento histórico para a Alemanha, que há 75 anos não enfrentava uma dissolução tão precoce de governo. A crise política surge em um contexto europeu de crescente instabilidade, com desafios econômicos e de segurança, além da pressão crescente das extremas-direitas e a guerra na Ucrânia.
Scholz, que viu sua coalizão se fragmentar em novembro, ficou sem uma maioria para aprovar leis ou o orçamento. A Alemanha, agora com um governo interino, vai para as urnas no dia 23 de fevereiro, mas as incertezas podem durar até abril ou maio, com negociações complexas para formar uma nova coalizão. Em um momento crítico para a União Europeia, a falta de uma liderança forte na maior economia do bloco adiciona incertezas sobre como lidar com a guerra na Ucrânia, a reconstrução das forças armadas e as questões econômicas.
Scholz, que liderou a Alemanha com cautela em relação ao envio de armas para a Ucrânia, tenta se reerguer em meio à ascensão do líder conservador Friedrich Merz, favorito para ser o próximo chanceler. Contudo, o cenário fraturado e a multiplicação de partidos com forte presença nas pesquisas tornam o futuro político do país ainda mais imprevisível. A Alemanha enfrentará uma árdua luta por estabilidade em um período de crises globais e desafios internos.