Quem mal lê, mal ouve, mal fala e mal vê. Ler vai muito além de decodificar palavras: é um exercício completo para o cérebro, que fortalece a mente, amplia a empatia e desenvolve habilidades práticas para a vida pessoal e profissional. No entanto, o hábito de leitura entre os brasileiros está em queda. Pesquisa do Instituto Pró-Livro mostra que apenas 47% da população leu ao menos um livro nos últimos três meses, oito pontos percentuais a menos que em 2007.
Diante destes dados, cresce o analfabetismo funcional, condição que impede a compreensão de textos simples e limita o pleno exercício da cidadania e da democracia. O desinteresse é agravado pelas telas e informações rápidas das redes sociais, que oferecem gratificação imediata, enquanto a leitura exige atenção, pausa e reflexão. Ou seja, as pessoas estão passando mais tempo com coisas fúteis na internet.
Especialistas afirmam que a tecnologia pode ser aliada se usada com ebooks, audiobooks e plataformas interativas. O prazer pela leitura caiu de 31% em 2019 para 26% em 2024, especialmente entre pessoas acima de 50 anos, enquanto crianças continuam lendo mais. Fatores socioeconômicos e educacionais influenciam o hábito: quem tem ensino superior e renda mais alta tende a ler mais. Para estimular a leitura, é importante ter livros em casa, pais leitores e experiências de leitura envolventes.
Apesar das mais de 3 mil bibliotecas públicas no Brasil, 75% da população nunca as frequenta, e iniciativas como o Vale-Livro e o Sistema Nacional de Bibliotecas Escolares buscam reverter esse cenário, fortalecendo a cidadania e formando leitores críticos.
