O ministro do STF Cristiano Zanin afirmou, pela primeira vez, que a Polícia Federal investiga a “potencial participação de autoridade com prerrogativa de foro” no inquérito sobre venda de decisões do STJ. No despacho, Zanin não revela o nome do investigado, mas destaca que se trata de uma autoridade com foro privilegiado no Supremo, competência que abrange ministros do STJ.
Essa declaração marca uma mudança em relação ao início do inquérito, quando Zanin havia descartado a investigação de magistrados da segunda maior corte do país. O despacho responde a pedidos das defesas para levar o caso à primeira instância, indicando que provas sobre possíveis ministros estão sendo apuradas em processo sigiloso.
A PF encontrou indícios de ligação de alguns ministros do STJ com investigados, incluindo diálogos e pagamentos envolvendo familiares dos magistrados. Zanin não detalhou se os indícios mencionados são alvo direto da investigação atual ou se há outros focos.
A apuração tem gerado desconforto no STJ, com ministros reclamando da falta de transparência e da duração indefinida do inquérito.
