sexta-feira, 7/11/2025

Vereadora Luiza realiza audiência pública sobre moradia indígena e o bem viver na Aldeia Urbana Inamaty Kaxé

A vereadora Luiza Ribeiro (PT), presidente da Comissão Permanente das Causas Indígenas da Câmara Municipal de Campo Grande, realizou nesta quinta-feira (06) mais uma audiência pública com o tema “Moradia indígena: uma condição para o bem viver”, desta vez na Aldeia Urbana Inamaty Kaxé, localizada no Bosque Santa Mônica.

A reunião faz parte de uma série de audiências itinerantes promovidas por Luiza Ribeiro para discutir a realidade das comunidades indígenas em contexto urbano. Essa foi a terceira edição do ciclo de debates, que tem abordado diferentes dimensões da moradia indígena, da regularização fundiária à valorização cultural, passando pela educação, saúde e segurança.

Segundo a vereadora, o conceito de bem viver indígena é mais amplo e precisa ser compreendido em sua totalidade.

“A questão da moradia digna envolve a regularização das casas já existentes e a garantia de moradia para famílias que ainda não foram abrigadas. Mas o bem viver indígena não pode considerar apenas a moradia estritamente. É preciso pensar também na valorização da cultura, na oportunidade de falar e estudar na língua materna, no atendimento à saúde e na educação que respeite a identidade indígena”, destacou Luiza.

A parlamentar também enfatizou que serviços públicos essenciais, como a UPA e as escolas localizadas nas proximidades da aldeia, devem estar preparados para atender a comunidade indígena com respeito à sua cultura e língua.

O presidente do Conselho Municipal dos Direitos e Defesa dos Povos Indígenas, Lisio Lili, elogiou a iniciativa da vereadora.

“Esses eventos têm se tornado um espaço que nem imaginávamos a dimensão. Hoje fazem parte da construção de políticas públicas para os povos indígenas, seja na habitação, na educação ou na economia. Os povos indígenas estão construindo essa política junto com o poder público”, afirmou.

Para a moradora Vaniely Francisco, participar da audiência é uma oportunidade de fazer a voz da comunidade ser ouvida.

“Nós aqui moramos na cidade. Muitos chegaram morando em barracos, começaram a trabalhar nas empresas próximas e construíram suas casas. É importante sermos lembrados e participar dessas discussões”, ressaltou.

O cacique da aldeia, Josivaldo Delfino, destacou a importância de o debate sair do Legislativo e ir até as comunidades.

“Já estamos aqui há 11 anos. De um tempo para cá, ainda tínhamos barracos, mas a maioria já tem suas casas e agora vamos debater sobre a questão pública do contexto urbano”, pontuou.

Também participaram do encontro o Frei Wagner José da Rosa, coordenador da Pastoral Indigenista, que defendeu o direito à moradia como condição básica de dignidade humana, e o assistente social da Agehab (Agência de Habitação Popular de MS), William Oliveira, que destacou que conhecer de perto a demanda das comunidades é essencial para formular políticas públicas eficazes.

A Aldeia Urbana Inamaty Kaxé abriga mais de 300 pessoas em 67 lotes no bairro Bosque Santa Mônica. A comunidade parabenizou a iniciativa da vereadora e da Câmara Municipal por levar o debate até o território indígena.

As audiências anteriores realizadas por Luiza Ribeiro ocorreram na Aldeia Água Bonita, no bairro Tarsila do Amaral, e Comunidade Kadiwéu, na sede da Câmara Municipal.

A série de debates vai continuar com novas audiências públicas promovidas pela vereadora Luiza Ribeiro. A próxima será realizada na Aldeia Urbana Xunako Kopenoti, localizada no Jardim Inápolis. Em seguida, o ciclo chega à Aldeia Marçal de Souza, no bairro Tiradentes, e posteriormente abordará a questão da moradia indígena nas Aldeias Paravá e Bordon.

O objetivo é seguir fortalecendo o diálogo e a construção coletiva de políticas públicas que garantam o direito à moradia e o bem viver dos povos indígenas em Campo Grande.

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