As vendas do comércio varejista recuaram 0,3% em Mato Grosso do Sul no mês de novembro do ano passado, porém nos dois meses anteriores registraram crescimento nessa base de comparação, com avanços de 1,1% em setembro e 0,6% em outubro de 2024. Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) compilados pela FCDL-MS (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Mato Grosso do Sul).
No varejo ampliado, também houve recuo. A queda foi de 1,2% na comparação mensal. No acumulado de janeiro a novembro, em comparação com o mesmo período de 2023, mantém-se o padrão de crescimento das vendas do comércio varejista e recuo do varejo ampliado.
“Enquanto já trabalhamos pelos resultados de 2025, os órgãos oficiais apuram os últimos resultados de 2024. Os dados disponíveis sobre a atividade do comércio cobrem até o mês de novembro. Para esse mês, havia a expectativa de alta das vendas do comércio com as campanhas promocionais da Black Friday. Os dados apurados pelo IBGE mostram, no entanto, que houve uma acomodação da variação mensal, isto é, a comparação entre um dado mês e o mês anterior”, diz a presidente da Federação, dra. Inês Santiago.
Em relação aos dados de dezembro, que ainda não foram divulgados, Inês acredita que ficaram no mesmo cenário. “É pouco provável que os dados de dezembro mudem esse cenário que foi se consolidando ao longo do ano. Mas há algo novo a ser destacado: as projeções do IBGE mostram que a produção agrícola de Mato Grosso do Sul deve recuperar-se da forte queda registrada em 2024, ajudando na retomada da nossa economia”, completa.
Serviços, agro e indústria
O setor de serviços registrou alta de 0,6% na comparação com o mês anterior, mas no acumulado do ano, o setor registra queda de 6,4% no volume de prestação de serviços.
Em relação a indústria, ainda se observa alta da produção. O crescimento da produção industrial do Estado no acumulado de janeiro a novembro de 2024 foi de 4,7%, ante um crescimento de 3,2% na média nacional. A novidade nos dados de atividade econômica é que as projeções indicam recuperação da produção agrícola para 2025.
Conforme acompanhado pelo Termômetro do Varejo, no ano passado, o setor agrícola local sofreu com a estiagem que afetou diversas regiões do País. De acordo com o IBGE, a queda da produção de grãos no último ano é estimada em 30,9%.
Para 2025, as primeiras projeções apontam para uma alta de 29,4%, recuperando parte da queda registrada em 2024.
Exportações e importações
O saldo da balança comercial de Mato Grosso do Sul foi de US$ 7,2 bilhões, no ano passado. As exportações do Estado superaram as importações. O valor das exportações chegou a US$ 10 bilhões, enquanto as importações foram de US$ 2,8 bilhões.
Apesar de positivo, o saldo da balança comercial caiu em 2024. Em 2023, o saldo chegou a US$ 7,7 bilhões. As exportações recuaram 6,0% frente a 2023, enquanto as importações registraram recuo de 4,8%. A queda das exportações está relacionada com as dificuldades do setor agropecuário no Estado.
Mercado de trabalho
De acordo com dados do Caged, em novembro de 2024, o saldo de criação de vagas formais foi de -179 em Mato Grosso do Sul, considerando o conjunto de todos os setores. O saldo negativo indica que os desligamentos superaram as admissões ao longo do mês.
O comércio liderou a criação de vagas no estado para o mês de novembro. O resultado positivo do setor foi impulsionado pela contratação de mão de obra para o fim de ano e resultou da admissão de 8.276 trabalhadores e do desligamento de 7.596.
O setor de serviços e a indústria também apresentaram saldos positivos de criação de vagas. No acumulado do ano, isto é, no período de janeiro a novembro de 2024, 26.776 vagas formais foram criadas Estado.
Em Campo Grande, no mês de novembro, 321 vagas formais foram criadas. Esse número resulta da diferença entre o total de admissões e o total de demissões no período.
O comércio liderou a criação de vagas, com saldo de 322 vagas criadas no mês. Nos últimos meses do ano, as contratações do setor tendem a ser impulsionadas em função das datas comemorativas. O desempenho do comércio resultou da admissão de 3.496 trabalhadores e do desligamento de 3.174 ao longo de novembro. Por fim, no acumulado do ano, 9.016 vagas formais foram criadas na Capital de Mato Grosso do Sul.
Inflação
A inflação de Campo Grande ficou em 5,1% no acumulado de 2024. O índice oficial é medido pelo IBGE, através do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que acompanha a evolução dos preços de uma cesta de bens e serviços tipicamente consumidos por famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos. A variação média dos preços apurada em 2024 ficou acima da observada em 2023 (4,8%).
A abertura dos dados por itens de bens e serviços mostra que o grupo de “Alimentação e bebidas” liderou a alta dos preços, com variação de 10% em Campo Grande.