A aliança entre o grupo mafioso italiano “Ndrangheta e a facção criminosa brasileira PCC revelou um esquema internacional de lavagem de dinheiro e tráfico de drogas, investigado pela Operação Samba/Mafiusi. Segundo o procurador antimáfia Giovanni Bombardieri, a máfia italiana utiliza um sistema bancário informal chinês na Europa para pagar pela cocaína fornecida pelo PCC, aproveitando lacunas na regulamentação financeira.
A operação, realizada em conjunto com a Polícia Federal brasileira, tem como base depoimentos de Vincenzo Pasquino, mafioso preso na Paraíba e extraditado para a Itália. As investigações apontam que o esquema movimentava bilhões de euros, camuflando lucros em apostas online e negócios legítimos.
Bombardieri, que já atuou em importantes procuradorias italianas e hoje chefia a Distrital Antimáfia de Turim, afirmou durante seminário em São Paulo que o crime organizado afeta diretamente a economia, afastando investimentos e sufocando a livre concorrência. Ele alertou que a ’Ndrangheta é hoje a organização criminosa mais poderosa do mundo, com presença global e raízes familiares que dificultam sua infiltração por autoridades.
A cooperação internacional, diz, é essencial para enfrentar redes criminosas transnacionais que já não respeitam fronteiras ou soberanias nacionais.