O ex-comandante do Exército Júlio César de Arruda negou, em depoimento ao STF nesta quinta-feira (22), ter recebido proposta de golpe para impedir a posse do presidente Lula. Ele confirmou o encontro com o general Mário Fernandes, então número 2 da Secretaria-Geral da Presidência no governo Bolsonaro, mas afirmou que o tema “golpe” não foi abordado.
O depoimento foi prestado no âmbito da investigação que apura tentativa de golpe de Estado, na qual o ex-presidente Jair Bolsonaro é acusado. Arruda foi ouvido como testemunha no processo que também envolve o tenente-coronel Mauro Cid.
Segundo a Procuradoria-Geral da República, Fernandes teria apresentado a Arruda o plano chamado “Punhal Verde e Amarelo”, que previa ações extremas contra autoridades, incluindo Lula, Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. Arruda negou conhecimento sobre o plano e qualquer envolvimento.
Na audiência, o general ainda refutou ter impedido a entrada da Polícia Militar no acampamento bolsonarista durante os atos do 8 de Janeiro. Sobre o episódio, afirmou que a orientação era agir com calma e de forma coordenada.
Arruda permaneceu apenas 21 dias no cargo de comandante do Exército no início do governo Lula. Ele foi substituído após resistências em colaborar com o governo e se recusar a exonerar Mauro Cid de um cargo estratégico.