“Lembro de um velho índio contando histórias de glórias e tragédias que não vivi quando das estrelas vieram deuses e seus sinais estão por aí depois de um certo tempo eles foram embora deixando para trás um povo feliz”
(Almir Sater, em Serra de Maracaju)
Aprendi ainda adolescente que eles se chamam ET´s. Talvez por conta do incrivelmente fofo e ingénuo filme do Spielberg. Pouco tempo depois, a nomenclatura passou para aliens, novamente influenciado pelo cinema norte-americano. Eu fui acompanhando a mudança de como se nomeia seres de outros planetas, galáxias, dimensões, mantendo um misto de curiosidade, encantamento e respeito.
Talvez pouco importa polémica o nome que se dê a eles, terminologias se modificam com o tempo, principalmente na jovem língua portuguesa do Brasil, tão cheia de misturas e influências e em construção. A “última flor do Lácio”, como a classificou Olavo Bilac. “Inculta e bela” talvez ainda maturidade para o assunto tanto quanto eu não tenho o conhecimento, que ao menos sei que a coisa é infinitamente maior do que oferece exobiologia ou a astrobiologia.
“E nas mensagens que nos chegam sem parar ninguém, ninguém pode notar estão muito ocupados prá pensar”
(Raul Seixas, em S.O.S.)
Não vou ousar nada que pareça científico, apenas o olhar e vivência de um “ser de fora” do magnifico universo dakiliano, e enumerar razoes que me fazem acreditar no que vem de longe. E não formei, conforme pode parecer, minha opinião a partir do cinema, ou de lendas, ou mesmo das maravilhosas músicas que tentam entender e explicar tudo isso. Por incrível que possa parecer, minha certeza começou entre crenças e dogmas de minha sólida formação religiosa, dentro da igreja Católica, juntando com princípios básicos da física quântica na tentativa de entender a enigmática, e assustadora para um menino de 13 anos, frase bíblica que afirma que “do pó viemos ao pó retornaremos”. Nesse caso, juntei a recusa em acreditar que tínhamos sido feitos de um punhado de terra e voltaríamos a esse estado com novo conhecimento adquirido até então de que somos poeira das estrelas. Ora, o que eu tentava verbalizar à época é que o próprio Cristo quem diz, ali nas Sagrados Escrituras, que seu reino não é desse mundo.
“Há um homem das estrelas esperando no céu ele gostaria de vir nos conhecer mas ele acha que nos assustaria…”
(David Bowie, em Starman)
Curiosamente, é nas religiões – e não na ciência, para reprovação de muitos que me lêem -, que busquei minhas evidência da vida fora da terra. E, por incrível que possa parecer, praticamente todas as crenças religiosas tratam, sutil ou diretamente do tema, sobre o assunto.
No cristianismo, além da já citada acima, seus fundamentos são base para que o kardecismo nos ensine que é a Terra um planeta de expiação, ou seja, lugar de purificação de crimes ou faltas cometidas, no caso, em outras vidas. Com esses “pecados” pagos iremos, enfim, para outro lugar entre o céu e a terra paraa uma nova vida. Na prática, para outro planeta, o que me levava (leva?) a a pensar se os seres de outros planetas que nos visitam e ainda não nos permitem vê-los não são os espíritos, bons ou obsessores, mas com sabedoria superior à nossa?
Seguindo, chegamos ao que dizem as crenças budistas e hindus, comum entre orientais entre China e Índia, que tratam de ciclos infinitos e repetidos de vida chamados Samsara, e que levam a descrições sobre a existência de mundos múltiplos e que mantém contatos mútuos (palavra sânscrita samparkm que significa “contato”, como em Mahasamparka, “o grande contato”). De acordo com escrituras budistas e hindus, existem inúmeros universos.
Por sua vez, o Talmud judaico afirma que existem pelo menos 18 mil outros mundos, mas fornece pouca elaboração sobre a natureza desses mundos, ou sobre se são físicos ou espirituais. Com base nisso, no entanto, o Sefer HaB’rit, do século XVIII, postula que existem criaturas extraterrestres e que algumas podem possuir inteligência. Acrescenta que os seres humanos não devem esperar que as criaturas de outros mundos se assemelhem com a vida terrestre, assim como as criaturas do mar não se assemelham com os animais terrestres. Interessantíssima descrição, convenhamos.
Em referência ao Corão, livro sagrado islâmico, Mirza Tahir Ahmad – que foi foi o quarto califa e chefe da Comunidade Muçulmana Ahmadiyya mundial – em seu livro Revelation, Rationality, Knowledge & Truth, cita o versículo 42:29: “E entre os Seus sinais está a criação dos céus e da terra, e de todas as criaturas vivas…”; de acordo com este verso há uma vida nos céus. De acordo com o mesmo verso “e Ele tem o poder de reuni-los (jam-‘i-him), quando Ele o fará”; indica a aproximação da vida na Terra com a vida em outros lugares do Universo. O verso não especifica o tempo ou o lugar desta reunião, mas afirma que este evento certamente vai acontecer quando Deus assim o desejar. Deve-se salientar que o termo árabe Jam-i-him, usado para expressar o evento do encontro, pode implicar um encontro físico ou um contato através da comunicação. Será que tem conexão com o Juízo Final cristão ou a antiga crença nórdica do Armagedon?
Ssó para citar mais dois casos, no distante ano de 1277, o bispo de Paris, Étienne Tempier, retrucou Aristóteles em um ponto, Deus poderia ter criado mais de um mundo (dada sua onipotência). E os conhecidos como Mórmones, ou Mórmons, acreditam que Deus criou e vai criar muitos planetas, como a Terra em que os seres humanos vivem. Eles acreditam que todas esses povos são filhos de Deus. Joseph Smith Jr., o fundador da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, ensinou que Deus revelou esta informação a Moisés e que o relato da Criação escrito pelo profeta do Exôdo correspondia apenas a “nossa” terra. Na prática, mesmo que irrite os radicais religiosos. não seria errado afirmar que Jesus Cristo é um ET, já que veio ao nosso mundo não pela fecundação “normal” entre dois seres humanos e, ao morrer, “subiu aos céus” de corpo e alma.
”Tomara que seja verdade que exista mesmo disco voador que seja um povo inteligente que traga pra gente a paz e o amor”
(Sérgio Reis, em Disco Voador)
Sei que pode parecer heresia misturar a ciência com a religião. E para ambos os lado> Assim, me arrisco, sabendo do risco de ser “cancelado”. É que me encanta conhecer estudos que indicam claramente que a fé cura (milagres, segundo os espiritualistas), já que faz com que o organismo produza enzimas e proteínas. Assim como me alegro com as poucas informações que a NASA norte_americana vai sendo obrigada a “liberar”, dando conta de informações e imagens que nos fazem aproximar da verdade sobre os visitantes que andam sempre por aqui.
Ao final das contas, acredito que ainda não desenvolvemos capacidade cognitiva de vê-los, bem ali, estacionado sobre nossas cabeças tal qual os povos originários não conseguiam enxergar as embarcações espanholas atracadas a poucos quilómetros da terra, sempre a observar seus modos de vida e costumes.
Sim,sei que muitos de nós os veem, entendem e até com eles se comunicam, da mesma forma que Rita Lee cantou em Disco Voador:
“Da minha janela vejo uma luz brilhando no céu da terra é azul, é azul não é avião, não é estrela aquela é a luz de um disco voador!”
Por: Rogério Alexandre Zanetti