Sidney Oliveira, dono da rede Ultrafarma, confessou participação em organização criminosa para fraude fiscal e firmou acordo de não persecução penal com o Ministério Público de São Paulo (MPSP), no valor de R$ 31,9 milhões. O acordo foi homologado pela Justiça em 29 de julho, mas, duas semanas depois, Oliveira foi preso em uma nova operação do MPSP por suspeita de pagar propina a um auditor fiscal da Receita Estadual para obter vantagens indevidas em créditos tributários.
A primeira investigação, iniciada em 2020, apurava um esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro no setor farmacêutico. Como parte do acordo, Oliveira se comprometeu a pagar multas e implementar programa de compliance na Ultrafarma, além de não se beneficiar de fraudes fiscais futuras.
No entanto, em 12 de agosto, a Operação Ícaro, conduzida por outro grupo do MPSP, prendeu Oliveira e mais cinco pessoas, entre elas o diretor da Fast Shop, Mário Otávio Gomes, e o auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto. Este último é suspeito de receber cerca de R$ 1 bilhão em propina para facilitar créditos de ICMS às empresas envolvidas.
O novo caso pode comprometer o acordo anterior, já que os promotores do Gaeco não tinham conhecimento das investigações que levaram à prisão. A Secretaria da Fazenda de São Paulo informou que está colaborando com as autoridades para apurar os fatos e reforça o compromisso com a ética e a justiça fiscal.