Graves denúncias de intolerância religiosa, racismo, homofobia e negligência no atendimento a vítimas de violência abalam o Conselho Tutelar da região do Prosa, em Campo Grande/MS. As acusações foram encaminhadas à Prefeitura, ao Ministério Público e ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), mas até o momento nenhuma providência concreta foi tomada.
Uma das denúncias relata o caso de uma adolescente expulsa de casa por praticar religião de matriz africana. Ao buscar ajuda no Conselho Tutelar, foi constrangida a abandonar sua fé. Em outro episódio, uma vítima de estupro foi desacreditada por uma conselheira, que insinuou culpa por sua orientação sexual.
Segundo uma conselheira que prefere manter o anonimato, os registros dos atendimentos são omitidos ou escondidos, impedindo fiscalização e transparência. Há também denúncias de violência institucional e religiosa entre os próprios profissionais, incluindo mensagens em que uma conselheira promete “abençoar” o espaço para expulsar uma colega que seria “macumbeira”.
A postura de algumas conselheiras, descrita como ideologicamente conservadora, tem gerado medo e desconfiança entre os atendidos. Servidores relatam que não há abertura para capacitação ou orientação técnica, mesmo diante das denúncias graves.
Apesar dos apelos, os órgãos responsáveis permanecem inertes.