O incêndio que atinge a Serra do Amolar, no Pantanal sul-mato-grossense, já dura quase 15 dias e devastou mais de 28 mil hectares. Para ajudar no combate às chamas, cerca de 10 brigadistas do Prevfogo/Ibama foram autorizados a entrar na Bolívia, país por onde se tem acesso à área mais crítica do fogo.
A autorização foi concedida pelo governo boliviano após solicitação oficial do Brasil. A região afetada está entre a Baía Guaíva e a Baía Mandioré, e só pode ser acessada por solo boliviano, o que dificultava as ações de contenção.
A Serra do Amolar é uma área protegida de extrema importância ambiental. Considerada Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO, a serra abriga uma biodiversidade única, com centenas de espécies de animais e plantas ameaçadas pelo incêndio.
Imagens aéreas feitas nesta sexta-feira (10) mostram uma faixa extensa de fumaça cobrindo a região. O fogo teve início no dia 27 de setembro, após a queda de um raio em um dos picos mais altos da serra, com mais de 800 metros de altitude.
Além do risco à fauna e flora, o fogo compromete o ciclo hidrológico do Pantanal. A perda da vegetação e a degradação do solo afetam diretamente o regime de cheias, essencial para manter o equilíbrio do bioma.
Especialistas alertam para os danos de longo prazo que podem impactar o ecossistema e os modos de vida tradicionais que dependem da floresta em pé. A união entre países vizinhos no combate ao fogo mostra a importância da cooperação internacional em emergências ambientais.