A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu filho Carlos Bolsonaro e o deputado Alexandre Ramagem no inquérito que investigou o uso indevido da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), conhecido como caso da “Abin paralela”. O relatório final aponta que a agência foi utilizada para espionagem ilegal de adversários políticos e autoridades públicas durante o governo Bolsonaro.
A investigação concluiu que mais de 30 pessoas participaram do esquema, que envolvia o uso do software FirstMile, utilizado cerca de 60 mil vezes entre 2019 e 2023. O auge do monitoramento coincidiu com o período eleitoral de 2020.
A operação “Última Milha”, deflagrada em outubro de 2023, foi a primeira ação da PF sobre o caso. Em janeiro de 2024, a operação “Vigilância Aproximada” fez buscas em endereços ligados a Ramagem. O relatório afirma que os alvos agiram com o objetivo de proteger interesses pessoais e políticos da família Bolsonaro.
Com a conclusão do inquérito, caberá agora ao Ministério Público Federal decidir se apresenta denúncia à Justiça. A defesa dos acusados nega as acusações e afirma que houve perseguição política.