O governo Lula vai acumular, até o fim de 2026, ao menos R$ 387,8 bilhões em gastos fora da meta fiscal, segundo especialistas. O valor cresceu com o pacote “Brasil Soberano“, lançado para apoiar empresas prejudicadas por tarifas impostas pelos EUA, que adicionará R$ 9,5 bilhões fora da meta até 2026.
As despesas excluídas da meta incluem ainda a PEC da Transição, o pagamento de precatórios e o socorro ao Rio Grande do Sul. Economistas alertam que essa prática compromete a credibilidade da âncora fiscal e mascara o real esforço do governo para equilibrar as contas.
Segundo o Ministério da Fazenda, 87% dos gastos decorrem de medidas para reverter cortes e dívidas do governo Bolsonaro. Especialistas, no entanto, criticam o uso recorrente de manobras para contornar a meta, o que pode abrir espaço para novas pressões políticas, especialmente com a proximidade das eleições de 2026.
Embora legais, essas exclusões distorcem o retrato das contas públicas. O risco, apontam analistas, é que a meta fiscal vire uma ficção, afastada da realidade do déficit primário.