A equipe econômica do governo federal aguarda a autorização do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para anunciar um novo corte de R$ 2 bilhões no orçamento, em resposta à perda de arrecadação com o recuo na taxação de envio de recursos de fundos ao exterior. A medida foi revertida após forte reação do mercado, que pressionou o dólar para cima.
A contenção de gastos seria uma sinalização de compromisso com o equilíbrio fiscal, segundo técnicos dos ministérios da Fazenda e do Planejamento. Eles defendem que o anúncio ocorra antes do próximo relatório bimestral de receitas e despesas, previsto para julho.
Na semana passada, o governo já havia anunciado um corte de R$ 31,3 bilhões, mas surpreendeu ao elevar o IOF sobre previdência privada e operações de câmbio. A reação negativa ao imposto sobre fundos forçou o recuo da medida, classificada como controle de capitais.
Agora, discute-se se a compensação virá com novo contingenciamento ou aumento de arrecadação. O presidente Lula, junto à Casa Civil, decidirá também quais ministérios sofrerão os maiores cortes.
O ministro Fernando Haddad admitiu a possibilidade de ampliar o congelamento de gastos. A decisão final pode sair nos próximos dias, dependendo do impacto no mercado e da reação política.