A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) vai se reunir com o presidente do INSS para discutir a criação de uma força-tarefa com foco na proteção dos aposentados contra fraudes no crédito consignado. A iniciativa, apoiada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pretende fechar brechas que permitem a liberação de empréstimos sem solicitação.
Isaac Sidney, presidente da Febraban, negou conivência dos bancos com irregularidades e afirmou que não há risco sistêmico no setor. Segundo ele, medidas já vêm sendo adotadas, como o banimento de 113 correspondentes bancários e mais de 1.500 punições a agentes que cometeram abusos.
“Não é aceitável que o aposentado seja assediado ou receba crédito não autorizado”, disse Sidney, reforçando que os bancos cancelam as operações indevidas e reembolsam os clientes afetados. Ele destacou que, embora haja mais de 10 mil reclamações, o número representa apenas 0,04% do total de operações.
Sidney reconheceu, no entanto, falhas na atuação dos chamados “pastinhas”, que abordam aposentados diretamente. A Febraban quer ampliar os controles nesse elo mais vulnerável. A reunião com o INSS está marcada para esta segunda-feira.
A movimentação ocorre após a Operação Sem Desconto, que investiga fraudes envolvendo descontos indevidos em contracheques de aposentados. A Polícia Federal suspeita de participação de servidores do INSS em um esquema de corrupção.