A escalada militar entre Israel e Irã já provoca efeitos diretos sobre o agronegócio brasileiro. A alta de mais de 7% no preço do petróleo após o ataque a alvos iranianos gerou um efeito cascata no mercado global. Commodities agrícolas como óleo de soja, trigo e palma subiram mais de 2%, encarecendo custos de produção.
O professor João Alfredo Nyegray, da PUC-PR, alerta para dois riscos principais: o encarecimento de insumos importados — como fertilizantes e defensivos agrícolas — e a dificuldade de exportação para países islâmicos. O Brasil importa 80% dos fertilizantes que usa, parte vinda de regiões impactadas pela tensão no Oriente Médio.
Além disso, o Irã, um dos maiores compradores de milho e soja brasileiros, pode ser afetado por sanções ou bloqueios logísticos, como no Estreito de Ormuz. A instabilidade geopolítica também ameaça rotas comerciais estratégicas.
O diesel mais caro pressiona o frete interno, encarecendo o transporte de grãos. A volatilidade cambial e a incerteza no comércio exterior impõem desafios ao setor. Especialistas recomendam atenção a oportunidades de travar preços diante da valorização das commodities.