Segundo Diogo Schelp, do Estadão, o agronegócio brasileiro vive um momento de reflexão sobre sua aliança histórica com Jair Bolsonaro. Embora o ex-presidente tenha se beneficiado do sentimento antipetista que predomina entre produtores rurais, sua gestão não trouxe avanços extraordinários para o setor. Ao contrário do que se pensa, o número de invasões de terra já estava em queda antes de seu mandato, e o crédito rural alcançou maior volume em 2023, depois de sua saída.
Os governos petistas, mesmo criticados pelo campo, reconheceram o agro como motor econômico e mantiveram estímulos consistentes ao setor. A retórica radical de Lula contra parte do agronegócio e a acusação de “fascismo” não mudam o fato de que o PT entende a importância do campo para o país.
Agora, com a família Bolsonaro buscando sanções americanas contra exportadores brasileiros, fica claro que o interesse real no agro nunca foi prioridade para o clã. A ilusão de que Bolsonaro seria o campeão do campo perde força, abrindo espaço para novas lideranças e alianças no setor mais vital da economia nacional.