sexta-feira, 17/10/2025

Pesquisadores descobrem que cera de ouvido pode indicar a presença de câncer no organismo

Um artigo publicado na revista científica Scientific Reports, colocou o Brasil na vanguarda do diagnótico de câncer ao indicar que a cera de ouvido pode facilitar o diagnóstico precoce da doença. Segundo o estudo, desenvolvido pela UFG (Universidade Federal de Goiás) em parceria com o Hospital Amaral Carvalho, de Jaú, em São Paulo, a cera produzida pelo ouvido para lubrificar e proteger o canal auditivo, também possui metabólitos, e são eles que podem indicar alterações celulares.

Quando há reações químicas anormais no organismo, o corpo reage produzindo metabólitos. Doenças como Parkinson, diabete e câncer são doenças causadas por distúrbios no metabolismo. Então os cientistas brasileiros desenvolveram o cerumenograma, um teste que é capaz de desmembrar os componentes da cera de ouvido e identificar quais são os tipos de metabólitos presentes e em quais quantidades eles já circulam no organismo. O teste consegue sinalizar a presença do câncer e até de indicar se o tratamento oncológico está sendo eficaz. Além disso, o cerumenograma também pode auxiliar na diferenciação de tumores benignos e malignos e, em quadros pré-cancerosos, se existe alterações celulares que podem levar ao desenvolvimento da doença. 

Para fundamentar o estudo, os cientistas coletaram cera de ouvido de 531 pacientes com câncer do Hospital Amaral Carvalho e 203 pessoas que não tinham a doença. Nos pacientes com câncer, o cerumenograma confirmou o diagnóstico e forneceu informações sobre o estágio da doença. Já nos pacientes que não tinham câncer houve uma descoberta importante: 200 pacientes estavam bem, mas três pacientes testaram positivo para a doença. Dois deles possuíam quadros de inflamação hipermetabólica, (um deles alimentar), já o terceiro paciente, o teste foi capaz de diagnosticar que um câncer que ele tinha tido no passado havia voltado, mesmo outros exames não detectando o retorno da doença. 

Esse paciente foi acompanhado a longo prazo pela equipe de pesquisadores e realizou a radioterapia por nove meses. Após o tratamento, foi feito o cerumenograma novamente que confirmou a remissão do câncer.

“Além de analisar o futuro do paciente em remissão, pretendemos levantar informações que poderão ser bastante úteis para a detecção do tipo de câncer por meio do cerúmen. Isso é um importante e um grande passo para a oncologia”, afirmou em comunicado Patrícia Beato, médica oncologista do Hospital Amaral Carvalho e responsável pelo estudo.    

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