quarta-feira, 1/10/2025

Começou: Ecossistema Dakila inicia obras na antiga rodoviária

Um prédio antigo, histórico e cheio de lembranças. Para quem passa apressado, pode parecer apenas mais uma obra em meio a tantas que acontecem em Campo Grande. Mas, ao entrar pelo corredor central, as memórias ganham vida — apesar do barulho das máquinas e do vai e vem dos trabalhadores, a antiga rodoviária caminha para uma nova identidade.

As obras nas salas adquiridas pelo Ecossistema Dakila tiveram início e seguem em ritmo acelerado.
O espaço será preparado para receber diversas empresas do grupo, como BDM Digital, Café com Você, Kion Cosméticos, 067 Vinhos, Allola Restaurante, Zigurats Materiais de Construção, Merkadores, entre outras.

O arquiteto responsável pelos projetos do Ecossistema Dakila, David Oliveira, explica que, nesta primeira fase, cada sala é uma caixinha de surpresas. Os locais guardam objetos históricos que resgatam parte da memória do prédio, além de salas cruas, ou seja, que não foram mexidas, e outras que necessitam de vários tipos de reforma.

David Oliveira – Arquiteto

“A ideia hoje é revitalizar todas as lojas trazendo uma modernidade e o que temos de melhor no mercado. O prédio foi inaugurado em 1974, então, muitas lojas não tem uma iluminação e uma ventilação corretas e o principal: ar-condicionado. Estamos trabalhando em oito salas simultaneamente e acreditamos que na primeira quinzena de outubro tenhamos pelo menos três salas modelos prontas. Com a revitalização, as pessoas que entrarem aqui terão uma visão diferenciada e possam retornar e ver com bons olhos o que está sendo feito. A ideia é fazer com que o prédio fique extremamente comercial e atrativo”, afirma.

O mestre de obras João Pequeno de Sousa encara o desafio com coragem e esperança de que a revitalização traga prosperidade aos comerciantes que permaneceram firmes no local.

“Além do trabalho que estamos realizando esperamos trazer mais movimento para a rodoviária. Esse é um cartão postal da cidade e vai gerar renda para muita gente. Tem pessoas que estão aqui há quarenta anos, não foram embora e estavam praticamente sem esperança e sem de voltar a funcionar e agora estão animados, pensando em arrumar suas lojas. Pra mim é um orgulho estar realizando sonhos!”

Saul Danielson, relojoeiro tradicional da antiga rodoviária, é um desses exemplos. Ao entrar em sua loja, é como reviver os anos de intenso movimento do terminal. Na parede, três relógios permanecem intocáveis: suas relíquias pessoais. Ele mantém uma clientela fiel desde 1983 e afirma que resistiu ao tempo e às mudanças por pura insistência. Saul acredita que a revitalização escreverá novos capítulos para a rodoviária.

“A gente sente saudade daquela época. Eu acredito que agora vai dar uma melhorada boa, eu acredito que muitas pessoas que frequentavam aqui vão falar para os filhos, para os netos e terão a curiosidade de vir aqui conhecer o nosso prédio. Esse é um prédio que tem um grande potencial, por ter espaço amplo, bem ventilado e na área central. Nós temos o privilégio de ter um prédio histórico. Aqui está ficando muito bonito e os clientes serão muito bem-vindos”, ressalta.

Outro comerciante resistente é José Esperidião Abdo Assad, proprietário da Lanchonete do Zé. Há vinte e sete anos, já presenciou incontáveis situações. Sofreu com o fechamento do terminal e a pressão para encerrar as atividades, mas nunca cedeu. “Quero que as pessoas vejam o lado bom do local”, pediu ele à nossa equipe.

Durante todos esses anos, não fechou um único dia. Na pandemia, manteve as portas abertas, alimentando quem precisava e garantindo seu próprio sustento. Com o andamento das obras, uma esperança de dias melhores se acende no olhar de um homem muito trabalhador que não pensa em deixar o lugar que guarda seu labor e suas lembranças.

“Eu acredito que vai melhorar, terá mais policiamento, gente nova. Vai ficar tudo arrumadinho, vai ser tudo novo e a gente espera que as pessoas venham pra cá”, comemora.

Apesar do “abandono” por tanto tempo, a dignidade dos trabalhadores permanece viva. O início das obras dos empreendimentos da Dakila marca um novo momento não apenas para o grupo, mas também para os comerciantes que permanecem ali.

Projetando o futuro e buscando o melhor para os clientes, Urandir Fernandes de Oliveira, CEO do Ecossistema Dakila, afirma que a modernidade e o conforto são importantes, porém respeitar as memórias afetivas da população e dos comerciantes que permanecem no local é indispensável.

“Com essa ação buscamos nos aproximar ainda mais da comunidade, além de gerar emprego e renda. Nós de Dakila temos a preocupação por meio dos nossos trabalhos e pesquisas do resgate e preservação da história. A comunidade campo-grandense pode ficar tranquila porque, mesmo com a reforma, buscaremos manter as características históricas desse prédio para Campo Grande”, destaca.

Redação: Impacto Dakila 

Por: Mirtes Ramos

Fotos: Rogério Alexandre Zanetti

CATEGORIAS:

Últimas Notícias

Mais notícias

Anvisa nega ligação entre paracetamol e autismo no Brasil

A Anvisa afirmou que não existem registros no Brasil que relacionem o uso de paracetamol durante a gravidez ao Transtorno do Espectro Autista (TEA)....

Brasil brilha no Mundial de Atletismo Paralímpico em Nova Déli

O Brasil conquistou 14 medalhas na terça-feira (30) no Mundial de Atletismo Paralímpico em Nova Déli, totalizando 27 pódios e mantendo a liderança do...

Desembargador muda voto e coloca em risco decisão favorável a servidores

Uma decisão do desembargador Sergio Fernandes Martins, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), pode anular um acórdão de 2018 que...

Plantio de ipês celebra 40 anos do Detran de MS e eterniza histórias de gerações

Sob o céu claro de setembro, mãos de diferentes idades tocaram a terra e lançaram raízes que simbolizam não apenas o fim de mais...