Apesar da valorização expressiva da arroba do boi gordo e do bezerro em Mato Grosso do Sul, especialistas alertam que o momento exige prudência. Dados do sistema Sigabov mostram que, embora a arroba tenha atingido R$ 311,10 em abril de 2025 – 43% acima do valor registrado no mesmo mês de 2024, os custos elevados de produção limitam o ganho real do produtor.
A escalada nos preços de insumos, como o milho, que subiu 13% só em março, pressiona sistemas de engorda. A relação de troca entre boi e milho caiu, reduzindo o poder de compra do pecuarista. Outro ponto crítico é o preço da reposição: com valorização de 31% do bezerro em um ano, recriadores e engordadores comprometem até 63% do custo com reposição, prejudicando a rentabilidade.
Embora a redução na oferta de bezerros deva manter os preços firmes até 2026, a alta dos abates de fêmeas sinaliza que o setor ainda não entrou em novo ciclo de alta. A exportação de carne cresceu 9% no primeiro trimestre e ajuda a sustentar os preços, mas o cenário externo incerto, com tensões comerciais e exigências ambientais, pede cautela do produtor.