A tensão crescente entre Estados Unidos e China está gerando impactos significativos no mercado global de soja, e o Brasil tem ganhado protagonismo como principal fornecedor para o gigante asiático. Com a intensificação da guerra comercial, os EUA elevaram suas tarifas para 145% sobre produtos chineses, o que levou Pequim a responder com tarifas de 125% sobre os produtos norte-americanos, incluindo a soja. Essa medida reduziu a competitividade da soja dos EUA, abrindo espaço para o Brasil, o maior produtor mundial do grão.
Esse cenário lembra o vivido em 2018, quando a disputa comercial resultou em perdas bilionárias para os EUA, com a soja representando a maior parte dessas perdas. Naquele período, as exportações norte-americanas para a China caíram drasticamente, enquanto o Brasil viu um aumento significativo na demanda pelo seu produto.
Atualmente, a China já tem adquirido grandes volumes de soja brasileira, com a expectativa de que essa demanda continue sustentando os preços internos e mantendo os prêmios de embarque nos portos brasileiros elevados. A Scot Consultoria destaca que essa demanda chinesa pode manter a cotações firmes e os portos brasileiros atraentes para os exportadores. No entanto, a Markestrat alerta que os produtores devem seguir atentos às mudanças políticas globais, que podem impactar não apenas os preços, mas também os custos de produção.