O corpo de Aline Tamara Moreira de Amorim, 37, foi localizado nesta sexta-feira (4), encalhado em Itaquitanduva, entre as praias do Parque Xixová. As informações são do GBMar (Grupamento de Bombeiros Marítimo). Barco naufragou com sete pessoas a bordo, na noite de domingo (29), em uma região conhecida como Garganta do Diabo. Local leva esse nome devido às águas revoltas e à alta incidência de acidentes na região.
Embarcações do GBmar se deslocaram até o local, que é de difícil acesso. O corpo foi transportado até a praia do Gonzaguinha e encaminhado ao IML. Os familiares da vítima foram comunicados e reconheceram o corpo de forma “preliminar”, segundo o GBMar. Perícia será feita. “Devido termos apenas uma ocorrência em aberto de desaparecimento nas águas e ser do sexo feminino, acreditamos ser a Aline”, diz nota enviada pelo Grupamento de Bombeiros Marítimo.
Aline era a única vítima do naufrágio que ainda estava desaparecida. Na quarta-feira (2), o corpo de Beatriz Tavares da Silva Faria, 27, também foi encontrado, perto do Emissário Submarino de Santos. Ela havia ido para uma festa na lancha com duas amigas e publicou imagens na embarcação nas redes sociais.
Buscas foram realizadas por equipes do Corpo de Bombeiros e pela Marinha do Brasil. O ponto em que a embarcação afundou fica entre a Ilha Porchat e a Praia de Paranapuã, em São Vicente, no litoral de São Paulo.
Cinco pessoas, incluindo o piloto, foram resgatadas vivas. Quatro precisaram de atendimento médico e um recusou o auxílio. Eles receberam os primeiros socorros do Corpo de Bombeiros e, em seguida, foram encaminhados ao Pronto-Socorro Central de São Vicente em uma ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
Sobreviventes afirmam que não usavam colete
A Marinha do Brasil investiga se o barco La Linda estava em situação regular de navegação. Segundo a CPS (Capitania dos Portos de São Paulo), com a perda da documentação durante o naufrágio não foi possível confirmar a identificação e as características do barco. Um inquérito administrativo foi instaurado a fim de identificar as possíveis causas e apurar responsabilidades.
Uma das sobreviventes, a estudante Camila Alves, de 20 anos, disse em vídeo postado em sua rede social que os ocupantes do barco não usavam coletes. “Na hora que o barco virou, ninguém estava com colete. E nenhuma das meninas sabia nadar”, relatou. “Eu não sei nadar. A Bia (Beatriz, a mulher desaparecida) e a Vanessa (Audrey, sobrevivente) não sabiam nadar. Quando o barco virou, o barco tinha três coletes e dois galões de gasolina. Todo mundo se agarrou e cada um tentou salvar a sua vida”, disse.
Camila contou que, para sobreviver, tentou se jogar sobre as pedras e se agarrar em um rochedo. Ela sofreu vários ferimentos, inclusive um corte mais profundo na cabeça. Contou ainda que engoliu muita água e que os coletes e os galões ajudaram a flutuar.
Investigações
A informação prestada pelo condutor da embarcação é de que o barco estaria cadastrado com o nome “La Linda”, possuindo seis metros de comprimento. O casco foi construído em alumínio, mas, segundo a Marinha, ainda não foi possível determinar a sua capacidade. A CPSP pode determinar que o proprietário ou a empresa responsável faça o resgate da embarcação para perícia.
O naufrágio será apurado também pela Polícia Civil. Até ontem os envolvidos não tinham sido ouvidos. Um dos pontos a ser apurado é se o barco oferecia condições de segurança aos seus ocupantes. O local onde ocorreu o naufrágio é considerado crítico para navegação.