A recente posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos sinaliza uma era de distanciamento nas relações entre Brasil e EUA. Desde a campanha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou críticas a Trump, priorizando uma aliança com Kamala Harris, o que já indicava uma possível falta de sintonia. A relação de Lula com outros presidentes norte-americanos, como Barack Obama e George Bush, era marcada por proximidade, mas os tempos mudaram.
Com Trump no comando, as expectativas para uma relação calorosa são baixas. O governo dos EUA tende a priorizar outros assuntos, colocando o Brasil na fila de suas menores prioridades. A comparação com a gestão de Biden, que também não cultivou uma relação amigável com Bolsonaro, aponta que Lula pode enfrentar a mesma diplomacia fria, com menos acesso direto e sem a troca usual de cortesia.
Em termos comerciais, o comércio bilateral pode seguir, mas as pretensões do Brasil de um maior protagonismo internacional sofrerão com a falta de um canal de diálogo com Washington. Nos próximos dois anos, é possível que as portas da Casa Branca permaneçam fechadas para o governo Lula.