O promotor Lincoln Gakiya, uma das principais autoridades no combate ao PCC, afirmou viver sob um “decreto de morte que não tem volta”, emitido pela facção criminosa após a transferência de suas lideranças para presídios federais em 2019. A declaração foi dada após o assassinato do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes, com quem Gakiya dividia alvos e ameaças por parte da organização.
Gakiya relata conviver há anos com um esquema de segurança comparável ao de chefes de Estado, após interceptações revelarem ordens diretas do PCC para matá-lo. “Não são ameaças. São ordens”, diz. Segundo ele, a facção evoluiu para um modelo empresarial sofisticado, lavando bilhões por meio de fintechs, fundos de investimento e empresas de fachada.
O promotor denuncia falhas de fiscalização de órgãos como Banco Central e CVM, que permitiram a infiltração da facção no sistema financeiro. Para ele, o PCC já opera como uma máfia e ameaça diretamente as instituições democráticas. “Não se trata mais apenas de combater o tráfico, mas de impedir a captura do Estado pelo crime”.