sábado, 14/06/2025

Empresas pagavam 10% do valor dos contratos de Sidrolândia para o então Claudinho Serra, segundo delação

Segundo a delação do ex-servidor Tiago Basso da Silva que expôs detalhes do suposto esquema de corrupção na Prefeitura de Sidrolândia empresas pagavam 10% do valor dos contratos de Sidrolândia para o então “chefe”o Vereador Claudinho Serra (PSDB).

O ex-servidor foi preso na segunda fase da Operação Tromper e teve um acordo de delação premiada homologado pelo TJMS. Depoimento mantido em segredo de justiça até dias atrás, especialmente devido à possibilidade de implicar a sogra de Claudinho Serra, a prefeita de Sidrolândia Vanda Camilo (PP).

Tiago durante seu depoimento no GAECO descreveu Claudinho Serra na época secretário de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica no qual fazia cobranças aos empresários vencedores de licitações milionárias ao município de Sidrolândia.

Nessa lista de empresários estão alguns réus da Operação Tromper como José Ricardo Rocamora, Luiz Gustavo Justiniano Marcondes e Milton Matheus Paiva Matos. Os pagamentos eram feitos, na maioria dos casos, em dinheiro em espécie.

“O Cláudio Serra cobrava, na época secretário de fazenda, uma porcentagem de 10% das empresas que tinham grandes contratos com o Município, uma porcentagem de 10% de tudo aquilo que era pago pelo Município. Então ele me fazia levantamentos, igual Ricardo Rocamora, outras empresas. Essa empresa recebeu R$ 30 mil neste mês do município, então você tem que cobrar dela R$ 3 mil neste mês. Dez por cento tem que pagar de comissão para a gente aqui”, afirmou Silva durante a delação.

O ex-chefe do setor de licitações explicou que era responsável por ir pessoalmente falar com os diretores das empresas, enquanto as que tinham contratos de maior valor como para obras de pavimentação que eram tratados no gabinete de Claudinho Serra. Carmo Name Júnior assessor de Serra seria o responsável por buscar os valores dessas empresas com cifras maiores.

“Empresas que ganharam licitações de obras, asfalto, iam tratar diretamente com ele na sala dele, se acertavam e a busca de dinheiro muitas vezes ficava a critério do Carmo Name. No começo aprendi com Carmo, fui com ele em algumas operações para buscar o dinheiro, geralmente ele ia quando os valores eram maiores”, detalhou.

Silva detalhou ainda que mensalmente emitia cerca de R$ 100 mil em notas frias. Cerca de 60% deste valor seria emitido pela empresa de Rocamora.

“Tinha uma tabelinha lá que o Claudio me passou uma vez que ele falou ‘Oh, do que eu devo, do que a secretaria de fazenda deve, você vai empenhar 60% para Rocamora, 30% para a Marcondes e 10% para a 3M [empresa do Milton Matheus]’. É para trabalhar com essas três empresas […] o interesse deles era fazer valor, não importava se o papel higiênico seria entregue por R$ 3 porque eles não iam entregar papel higiênico”, frisou.

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