ENTREVISTA COM DELCÍDIO DO AMARAL
Pré-candidato a prefeito em Corumbá/MS pelo Partido Renovação Democrática (PRD)
*Por Josimar Palácio
DELCÍDIO DO AMARAL GOMEZ (69): Engenheiro-eletricista e político. Ex-ministro de Minas e Energia do Brasil no governo de Itamar Franco/ Senador da República por MS por dois mandatos; Secretário de Infraestrutura no governo Zeca do PT. Na atualidade é presidente estadual do PRD (Partido Renovação Democrática). Foi entrevistado no programa ‘Boca do Povo’ da FM-101.9 pelo jor. B. de Paula Filho, onde se declarou pré-candidato a prefeito de Corumbá nas eleições municipais deste ano.
Boca: Para onde vai caminhar a política deste ano em nosso estado?
DELCÍDIO – “Acho que as eleições municipais não serão polarizadas. O Bolsonaro não tem mais aquela mesma força de quando sua palavra era uma espécie de ordem unida nacional. Sem a força da presidência sua liderança tende a minguar. A ausência dele nos momentos mais cruciais, onde seu exército de seguidores esperava um comandante e ele “se mandou” para os Estados Unidos mereceu críticas severas dos que ficaram órfãos pela sua ausência. Suas idas à Disneylândia abriram margens às críticas, justamente no período em que as pessoas mais queriam ouvi-lo e ele se ausentou, inclusive do país”.
Boca: O que mais faltou ou está faltando ao PL?
DELCÍDIO – “Humildade. O PL é hoje o maior partido do Congresso com 100 deputados federais. O partido precisa de um projeto com suas lideranças e falar numa só linguagem. Precisa ter uma só bandeira. Esse “vai não vai” é ruim internamente para o partido. Essas marchas e desmarchas criam uma dissintonia, um desentrosamento interno e Campo Grande deixa de ter mais alternativas para escolher um administrador nas eleições deste ano”.
Boca: Quem será o candidato do PL para este ano em nossa Capital?
DELCIDIO – “É uma reprise do passado que está acontecendo novamente. Vocês (referindo-se ao programa BOCA DO POVO) deram um tremendo furo de reportagem ao entrevistar o próprio Bolsonaro e ele próprio confirmou o deputado Henrique Catan que é jovem, tem excelentes idéias, arrojado e de um histórico bonito. Essas indecisões vão criando inseguranças internas que acabam contaminando e enchendo de dúvidas eleitores e simpatizantes. Algo muito ruim dentro de qualquer partido que apresente esse tipo de comportamento”.
Boca: Qual o seu novo partido?
DELCÍDIO – “O PRD – Partido Renovação Democrática, resultante da fusão PTB/Patriota. Eles se fundiram para se tornar um novo partido o PRD. A presidência durante os dois anos será ocupada pelo Ovasco Resente ex-presidente do Patriota. O vice-presidente é o Marcos Vinícius que era o então presidente do PTB”.
Boca: Já formaram diretórios no interior?
DELCÍDIO – “Quando o PTB parou a campanha no meio do caminho com suas contas bloqueadas, reclamações e protestos veio a fusão com Patriota. Checando o PTB descobrimos que as pessoas que mais nos enganaram eram justamente as que mais reclamavam e não trabalhavam durante a campanha. Os que ‘vestiam a camisa’ estavam conosco marchando. A fusão durou ‘um ano’ devido as encrencas arrumadas pelo Roberto Jefferson com o judiciário, que por sua vez, resultou numa espécie de má vontade nas decisões. Devido a todos os percalços começou surgir uma seleção natural e quem tinha objetivo acabou ficando no PRD”.
Boca: Qual a forma correta de ver os partidos no MS?
DELCÍDIO – “A estrutura política em nosso estado é muito fechada. Para onde quer que se vá a lotação está completa. Lugares só na chamada “Classe Dog”. Primeira Classe e Executiva com todos os assentos tomados e seus respectivos passageiros consumindo champanhe e salgadinhos. Quem quiser adentrar à classe política está procurando um novo partido e o PRD é a nova, novíssima chance”.
Boca: Qual a estratégia que o PRD vai usar?
DELCÍDIO – “Vamos nos consolidar com novos nomes, bons quadros, lideranças, gente com projetos, nada feito ‘à toque de caixa’ ou ‘solavancos’. Partido para discutir projetos como: segurança, saúde, educação, inovação, tecnologia, inovação. Sem essa de “samba do crioulo doido” que o povo está se defrontando noutros partidos, com essas propostas malucas e inexatas que estão por aí está com seus dias contados’.
Boca: Você será mesmo candidato a prefeito em Corumbá?
DELCÍDIO – “Sou pré-candidato. Sou corumbaense de uma família tradicional, pecuarista e centenária, pois entrou em Corumbá nos idos de 1900, sendo que meu avô foi uma pessoa conceituada e emblemática da região. Ademais, Corumbá sempre esteve em nosso coração.
Boca: Qual sua visão sobre o momento atual na cidade?
DELCÍDIO – “Tenho andado pelas ruas. Dá pra sentir que o povo está enfastiado com a politicalha que tomou conta da administração. A gestão atual extrapolou. A seriedade exigida na saúde, educação e demais áreas deixou de existir. Corumbá precisa de uma gestão séria e moderna. Precisamos deixar de perder pessoas inteligentes e profissionais para outros cantos porque a cidade não oportuniza empresas e empreendimento. A ‘mesmice’ esqueceu a cidade para transformar o futuro numa briga de Clãs. Meu projeto é mudar os rumos, trazer desenvolvimento, empresas e explorar todas as possibilidades e potencialidades que a cidade oferece e que estão esquecidas. Sou pré-candidato e quero administrar Corumbá para fazê-la assumir seu grandioso destino”.