O MPF exigiu, na quarta-feira (29), que o IML entregue em até 48 horas todos os detalhes das perícias realizadas nos corpos encontrados durante a megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão, que resultou em mais de 100 mortes. O pedido, assinado pelo procurador Julio José Araujo Junior, inclui a descrição completa das lesões, extração e encaminhamento de projéteis, fotografias, croquis dos corpos e um relatório detalhando a trajetória dos disparos.
Simultaneamente, o MPRJ enviou técnicos ao IML para realizar uma perícia independente, reforçando a fiscalização sobre a operação, considerada a mais letal da história do estado. A Operação Contenção mobilizou cerca de 2.500 policiais civis e militares, resultando em 113 prisões, 10 adolescentes apreendidos e 118 armas recolhidas, entre elas 91 fuzis. Além de explosivos, munições e drogas.
O confronto com criminosos envolveu barricadas, troca de tiros e ataques com drones. Quatro moradores ficaram feridos durante os confrontos. O governador Cláudio Castro classificou a ação como um “sucesso”, enquanto o secretário de Segurança Pública, Victor Santos, admitiu que a alta letalidade era previsível, mas não desejada.
Moradores encontraram mais de 70 corpos na mata da Vacaria, alguns decapitados ou com marcas de tiros e facadas, que foram encaminhados à Praça São Lucas. As autoridades seguem investigando a identidade das vítimas e as circunstâncias de cada morte.
A sociedade aguarda esclarecimentos sobre a conduta das forças de segurança e possíveis excessos durante a operação.
