A crise na saúde pública de Campo Grande atinge níveis alarmantes. Desde a exoneração da secretária Rosana Leite, a ausência de liderança na Sesau coincide com um aumento de 42% na judicialização por leitos hospitalares. De janeiro a julho de 2025, o NatJus produziu mais pareceres técnicos do que em todo o ano passado, e só de agosto até agora, já são 435 pedidos judiciais.
Com 100% de ocupação em unidades como o Humap e o Hospital Adventista, e mais de 80% na Santa Casa, a rede hospitalar opera acima da capacidade. Pacientes aguardam dias por transferências, inclusive em casos graves, como o de uma idosa que tossia sangue enquanto permanecia em uma UPA.
A gestão interina, feita por um comitê de seis membros, tenta manter os serviços funcionando. Enquanto isso, a prefeitura afirma trabalhar para ampliar leitos via acordos emergenciais e construção de um novo hospital. O problema, porém, é imediato. A situação das UPAs, que viraram “mini-hospitais”, é um reflexo do colapso.
A prefeitura e o governo estadual disputam o controle da regulação do SUS na capital. Enquanto isso, quem sofre é a população.