Pesquisadores da Fiocruz Mata Atlântica, em parceria com universidades brasileiras e estrangeiras, descobriram uma nova espécie de morcego no Brasil e em outros países da América do Sul. Batizado de Myotis guarani, o animal homenageia a etnia indígena Guarani, historicamente presente nas regiões onde a espécie vive.
O morcego, que pesa cerca de seis gramas e se alimenta de insetos, foi identificado por meio de análises genéticas e morfológicas em coleções biológicas com mais de 100 anos. A espécie habita áreas do Pantanal, Chaco, Cerrado e Mata Atlântica no Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina.
A identificação de Myotis guarani tem grande importância científica, especialmente no monitoramento de zoonoses silvestres. Morcegos são reservatórios naturais de diversos microrganismos e, ao mesmo tempo, fundamentais para o equilíbrio ambiental. Eles ajudam no controle de insetos, polinização e dispersão de sementes.
Segundo os pesquisadores, um único Myotis guarani pode consumir mais de 200 insetos por noite. A descoberta reforça a necessidade de conservação desses animais, que, apesar do estigma, prestam importantes serviços ecológicos.