A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul entregou, nesta quarta-feira (30), um pedido formal ao Ministério Público Federal (MPF) para suspender o leilão de relicitação da concessão da BR-163, agendado para o dia 22 de maio. O objetivo é revisar o cronograma de investimentos, especialmente no que se refere à duplicação da rodovia, que está muito aquém do prometido. O presidente da Assembleia, Gerson Claro, explicou que o pedido visa garantir que a duplicação da rodovia seja antecipada, já que a população não aceita mais pagar pedágios elevados para trafegar em uma via insegura. A concessão, administrada pela CCR MSVias, começou em 2014 com a promessa de duplicação completa da estrada em cinco anos, mas, após uma década, menos de 200 km foram concluídos dos mais de 850 km previstos.
O documento entregue ao procurador-chefe Pedro Paulo Grubits também solicita uma perícia técnica e contábil para verificar os investimentos feitos pela concessionária e as razões do baixo andamento das obras. A proposta inclui ainda a revisão do valor do pedágio, que poderia ser reduzido em até 53,94%, e o cumprimento integral do contrato original, com a duplicação de toda a rodovia. A CCR MSVias captou quase R$ 4 bilhões em financiamentos, mas investiu apenas 50% desse valor, resultando em menos de 18% da duplicação concluída. Caso a relicitação não seja bem-sucedida, a concessionária poderá continuar administrando a rodovia até 2054, com a redução drástica da duplicação planejada.