A China representa uma das maiores preocupações da Gerdau em relação ao cenário comercial atual, especialmente com a volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. O CEO da empresa, Gustavo Werneck, destacou que, embora a gestão Trump traga “otimismo moderado” para a operação da companhia no mercado americano, as políticas mais restritivas contra a China podem levar o país asiático a buscar novos mercados, como o Brasil, intensificando a concorrência.
Em entrevista no Fórum Econômico Mundial, Werneck apontou que as cotas de importação adotadas pelo governo brasileiro no ano passado foram ineficazes para conter o avanço do aço chinês. A Gerdau, que representa uma grande parcela da produção de aço no Brasil, teme que a situação piore com as políticas mais duras contra a China, já que o país responde atualmente por cerca de 25% do aço importado para o Brasil.
O executivo defende que é necessário endurecer as medidas de proteção à indústria nacional, incluindo a taxação de toda a importação de aço, como forma de combater a concorrência desleal. Apesar dos desafios, a Gerdau mantém seu plano de investimentos no Brasil, com valores que podem chegar a R$ 6 bilhões por ano, mas avisa que a continuidade desses investimentos depende da adoção de medidas mais eficazes contra a concorrência externa.
Além disso, Werneck revelou que a Gerdau está focada em aumentar sua competitividade interna, diante do avanço dos competidores chineses, e monitora de perto as possíveis mudanças no cenário comercial global.