Lynn White estava sem saída.
Atrasada no pagamento do aluguel de seu trailer em Long Beach, Califórnia, e enfrentando um processo de despejo, ela perdeu no júri mesmo com apoio de um advogado de uma ONG.
Decidida a recorrer, Lynn resolveu tentar algo novo: usar o ChatGPT. Já familiarizada com IA em seu negócio de produção musical, ela acreditava que a tecnologia poderia ajudá-la também no tribunal.
O chatbot orientou seus passos, apontando erros processuais do juiz, pesquisando leis, sugerindo estratégias e redigindo respostas legais. Após meses de luta judicial, ela reverteu a ordem de despejo e evitou pagar cerca de US$ 73 mil.
“O ChatGPT foi essencial. Nunca teria vencido sem ele”, disse. Lynn começou usando a versão gratuita, depois assinou a premium por US$ 20 ao mês, além do Perplexity Pro.
Com a popularização da IA, mais pessoas estão se representando sozinhas na justiça com auxílio de ferramentas como o ChatGPT, ignorando advogados.
Algumas vencem. Outras enfrentam multas por usarem informações falsas criadas pela IA, conhecidas como “alucinações”. A justiça já sancionou tanto leigos quanto advogados por esse motivo.
Especialistas alertam: IA pode ser útil, mas precisa ser verificada. Erros podem custar caro — ou até inviabilizar o caso.
Ainda assim, para muitos sem acesso a advogados, a IA representa a única chance real de enfrentar o sistema judicial.