O Brasil enfrenta um desafio gigantesco para atingir a meta de universalização do saneamento básico até 2033, que inclui 99% da população com acesso a água e 90% a esgoto. De acordo com pesquisa da consultoria Roland Berger, o País precisará investir, em média, R$ 46 bilhões por ano até lá. No entanto, o investimento atual é de R$ 23 bilhões anuais, o que aponta para um grande déficit. Para alcançar o objetivo, o Brasil precisará de R$ 550 bilhões, um valor que se aproxima das estimativas do Ministério do Desenvolvimento Regional e do Instituto Trata Brasil.
Embora o novo marco legal do saneamento de 2020 tenha atraído maior participação da iniciativa privada, a realidade é que o País ainda está distante de cumprir a meta. Em 2022, 33 milhões de brasileiros não tinham acesso a água e 80 milhões não tinham esgoto. A expectativa é que a privatização do setor e as concessões estimulem mais investimentos, como demonstrado no leilão de abril, que arrecadou R$ 15,2 bilhões em um único projeto.
No entanto, o ritmo de investimentos ainda é insuficiente, e a falta de recursos e de interesse em algumas regiões mais pobres continua sendo um grande obstáculo. Para especialistas, o desafio é equilibrar a atratividade para investidores com a necessidade de manter tarifas acessíveis e garantir a qualidade dos serviços, especialmente nas áreas mais carentes.