Quando Mato Grosso do Sul foi criado em 1977, já se sabia que a bovinocultura de corte seria a base da sua economia, com um rebanho de 9,3 milhões de cabeças no ano seguinte. Desde então, o agro sul-mato-grossense não se destacou apenas pela quantidade, mas pela transformação no modo de produzir e pensar o campo. A presença da Embrapa Gado de Corte, pioneira no estado, trouxe tecnologias essenciais para o desenvolvimento sustentável no Cerrado, como a recuperação de pastagens e a inovação genética das forrageiras tropicais.
Esse avanço tecnológico foi decisivo para o crescimento do agronegócio, que se tornou o principal motor econômico da região. Entre 2002 e 2021, o PIB agropecuário cresceu 768%, impulsionado pela expansão da soja, milho e da cadeia sucroenergética. O setor florestal também ganhou destaque, especialmente após o Plano Estadual de Florestas, que aumentou a área de eucalipto para 1,7 milhão de hectares e consolidou a indústria de papel e celulose.
Além disso, a suinocultura e a avicultura cresceram expressivamente, contribuindo para um salto nas exportações, que passaram de US$ 338 milhões em 1997 para quase US$ 10 bilhões em 2024. Importante destacar que todo esse crescimento ocorreu junto com a preservação ambiental, um compromisso firmado pelo agro local desde o início.
Práticas sustentáveis consolidam Mato Grosso do Sul como exemplo no campo
Com técnicas como o plantio direto adotado por 99% das propriedades e a integração lavoura-pecuária-floresta em mais de 3 milhões de hectares, Mato Grosso do Sul alia produtividade à conservação. Cerca de 35% do território mantém vegetação nativa dentro das propriedades, e 87% do Pantanal continuam preservados. Essa harmonia entre produção e natureza também está presente na meta de neutralidade de carbono até 2030, reforçada por sistemas produtivos de baixo carbono e tecnologias inovadoras.