Países vizinhos afetam eleição municipal nas fronteiras do Brasil. Cerca de 11 milhões de brasileiros convivem com desafios que vão além das fronteiras nacionais. Essa região, que representa 16% do território do país, demanda que prefeitos e vereadores desenvolvam habilidades diplomáticas para lidar com questões como imigração, contrabando e a falta de infraestrutura.
O professor Tomaz Espósito destaca a necessidade de uma “diplomacia paralela” entre os municípios, envolvendo temas como gestão de resíduos e saúde pública. Ele menciona os 588 municípios na faixa de fronteira, onde 124 fazem divisa com países como Venezuela e Paraguai.
Em Roraima, a imigração venezuelana tem gerado tensões sociais, conforme relatado por Maria Ferraz de Matos, coordenadora da Cozinha Solidária. Ela enfatiza a urgência de políticas habitacionais que atendam tanto brasileiros quanto imigrantes.
E ressalta a importância da integração latino-americana, sugerindo que as prefeituras desenvolvam projetos para facilitar o acesso a serviços de saúde entre países vizinhos. Luciano Stremel Barros, do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras, alerta para a necessidade de gestão técnica e eficaz para enfrentar os problemas regionais.
Em resumo, as eleições nas cidades fronteiriças não se limitam ao âmbito local, exigindo uma abordagem que leve em consideração a complexidade das relações internacionais e a realidade das comunidades.