O ex-policial Ronnie Lessa detido na Penitenciária Federal de Campo Grande encarcerado desde 2019, pelo assassinato de Marielle Franco, revelou na noite deste domingo (26) numa delação premiada que recebeu proposta de US$ 10 milhões, mas não revelou onde está a arma usada no crime.
Ronnie confessou o crime pela primeira vez e apontou os mandantes. Além disso, ele contou como foi o planejamento e qual seria o pagamento pela execução de Marielle. Durante duas horas de depoimento o matador Ronnie falou sobre o plano para executar a vereadora e como acreditou que a proposta criminosa seria o negócio da vida dele.
Além disso o ex-militar apontou os mandantes do crime: Domingos Brazão, ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, e seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão.
De acordo com Lessa, como pagamento, os irmãos Brazão ofereceram a ele e a um de seus comparsas, o Macalé apelido do ex-PM Edimilson de Oliveira, um loteamento clandestino na Zona Oeste do Rio, avaliado em milhões de reais.
Segundo a delação do ex-policial, Mariele era considerada uma “pedra no caminho”, pois realizava diversas reuniões com lideranças comunitárias. Lessa revelou que se reuniu com os mentores do crime por três vezes, sendo duas antes do assassinato e uma depois do crime. A falta de registros das operadoras anteriores a 2018 impediu o cruzamento de dados dos celulares dos envolvidos no período em que teriam acontecido os encontros.
DEFESAS
A defesa de Domingos Brazão afirmou que não existem elementos que sustentem a versão de Lessa não havendo provas da narrativa apresentada.
Os advogados de Chiquinho afirmam que a delação de Lessa “é uma desesperada criação mental na busca por benefícios, e que são muitas as contradições, fragilidades e inverdades”.