O mercado financeiro segue tenso hoje (29) após o pacote de corte de gastos apresentado pelo governo federal. O dólar abriu em alta novamente e chegou a R$ 6,05, o maior valor histórico em termos nominais. Esse movimento reflete a reação do mercado à proposta fiscal que, embora busque redução de despesas, gerou incertezas sobre a sustentabilidade fiscal do país.
Além da alta da moeda americana, os juros futuros também reagiram com forte elevação. Os DIs para 2026 e 2027 já superam os 14%, sinalizando a expectativa de que o Banco Central (BC) mantenha uma política monetária mais rígida por mais tempo. A curva de juros indica que a Selic deve permanecer alta até 2025, com chance significativa de novos aumentos já nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).
Em um evento ontem, Gabriel Galípolo, futuro presidente do Banco Central, reforçou que o BC continua comprometido com a meta de inflação de 3%, mesmo com a preocupação crescente com a desancoragem das expectativas inflacionárias. Galípolo explicou que, com a economia aquecida e o baixo desemprego, a política monetária restritiva é necessária para evitar descontrole na inflação.
Por outro lado, o ministro Rui Costa, da Casa Civil, responsabilizou o Banco Central pela alta do dólar, destacando que a instituição precisa agir com mais foco no bem-estar econômico do país, em vez de ser influenciada por pressões externas. A combinação de um cenário fiscal incerto e uma política monetária rigorosa mantém o mercado cauteloso, e a volatilidade deve continuar nos próximos dias.