Produto essencial na mesa dos brasileiros, o preço do arroz saltou quase 25% no ano de 2023 aos consumidores, segundo cálculos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), pesando no subgrupo “Alimentação no domicílio” sobre a inflação oficial do país. Apenas em dezembro do ano passado, a valorização no preço do cereal foi de 5,81%, atrás da batata-inglesa (19,09%) e feijão-carioca (13,79%).
Apesar de apontados como vilões, os supermercados são o último elo da cadeia produtiva ligada ao arroz, que começa no campo. O produto comprado pelas indústrias dos agricultores também está mais caro, essencialmente, refletindo um cenário de menor oferta do cereal no Rio Grande do Sul, principal estado produtor, em meio chuvas, entressafra e outros fatores, conforme explica Alexandre Velho, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz). Porém, destaca que os preços tendem a cair neste início de ano, já que há boas expectativas com a safra 2024 do cereal.
“Estamos na véspera da safra gaúcha e catarinense, então os preços devem baixar. A nova safra deverá ser boa no Rio Grande do Sul, embora tenhamos uma diminuição prevista na produtividade em função do fenômeno El Niño, que traz menos luminosidade às plantas, por outro lado o aumento previsto de área nessa nova temporada deve compensar de certa forma esse cenário”, explica o presidente da entidade.
Dando continuidade às altas registradas no ano passado, o indicador do arroz em casca CEPEA/IRGA-RS (58% grãos inteiros, com pagamento à vista), que reflete as negociações entre as unidades de beneficiamento do Rio Grande do Sul e os produtores, registrou recorde nominal da série histórica do Cepea no dia 9 de janeiro de 2024, cotado a R$ 131,11/saca de 50 kg. As perspectivas do Cepea, da Esalq/USP são de que os preços internos do arroz em casca permaneçam firmes em 2024, sustentados sobretudo pelos menores estoques. Complicado!