O Caracu é a raça mais antiga de bovinos que existe no Brasil, fruto do cruzamento do gado trazido ao país pelos portugueses e os rebanhos crioulos aqui existentes. Os animais que vieram de Portugal e região da península Ibérica, vieram para o Brasil em 1534 com a chegada em São Vicente, litoral paulista, basicamente das raças Alentejana e Minhota e através de cruzamentos destas com o gado crioulo já existente aqui deu origem a uma série de indivíduos com diferentes pelagens e características. Do produto destes cruzamentos, foram selecionados os de pelagem laranja mais padronizada e formada a raça denominada de caracu.
Existem algumas teorias para a escolha do nome da raça, dentre elas a semelhança do bezerro recém-nascido Caracu com um veado de pequeno porte da região, denominado de “Kareacu” pelos indígenas.
Algumas teorias remontam também à presença deste gado nas margens de um rio da região de nome Caracu e por ai vai a história do nome. Era um gado extremamente forte e resistente e foi outrora utilizado para o trabalho de tração animal. Com a evolução natural, a raça Caracu foi se adaptando a todo tipo de terreno, topografia, qualidade e disponibilidade de alimento, tornando-se um animal extremamente versátil.
Além disso a raça possui alta resistência a ecto e endoparasitas, pelo curto e de extrema qualidade na troca de calor com o ambiente, bons cascos, umbigo curto, bons aprumos, características estas que conferem aos reprodutores vida longa na utilização dos mesmos a campo, com uma lotação de 40 a 50 vacas para cada reprodutor, fechando estações de monta com resultados próximos ou acima de 90%, o que o torna imbatível no quesito prenhes positiva.
Também é precoce sexualmente, e atualmente, através de melhorias genéticas, incorporou também a precocidade quanto ao ganho de peso e acabamento de gordura e marmoreio, sem falar no sabor e maciez da carne. As matrizes possuem extrema habilidade materna, docilidade e a capacidade de, em cruzamentos (heterose), transmitir estas características para qualquer outra raça. É realmente um Taurino genuinamente brasileiro com capacidade de produzir leite e carne de boa qualidade.
Esta dupla aptidão existe até os dias de hoje, mas, com trabalhos de melhoramentos genéticos separados e objetivando a produção de carne e leite em rebanhos distintos. Está aí a dica do bom negócio!!!