A sociedade israelense vive um racha profundo diante da continuidade da guerra contra o Hamas. Enquanto o governo do premiê Binyamin Netanyahu mantém a ofensiva militar e descarta um novo cessar-fogo, a maioria da população defende um acordo para o retorno dos reféns e o fim imediato dos combates.
Em Tel-Aviv, protestos diários ocupam avenidas e se concentram na Praça dos Sequestrados, símbolo da mobilização civil. Ali, cartazes, réplicas de túneis e exposições virtuais reforçam o apelo por uma solução humanitária. Segundo pesquisas recentes, 70% dos israelenses apoiam uma trégua, mas o gabinete ultradireitista de Netanyahu insiste na vitória militar completa.
Famílias de sequestrados, como os pais do soldado Nimrod Cohen, acusam o governo de negligenciar os reféns em prol de projetos ideológicos como a ocupação de Gaza. Líderes políticos e ativistas alertam para a crise democrática, agravada pela proposta de reforma judicial e pela recusa em investigar as falhas do 7 de outubro.
A tensão entre governados e governantes aumenta, com críticas até dentro da direita tradicional. Enquanto o governo fala em destruição do Hamas, os civis pedem paz, democracia e o fim de um conflito que já deixou 50 mil mortos em Gaza.