Montadoras tradicionais com fábricas no Brasil anunciaram que, nos próximos dias, vão pedir ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) uma averiguação por prática de dumping contra empresas chinesas, como a BYD e a GWM. A principal preocupação está com a venda de veículos elétricos, mas a ação também inclui caminhões, ônibus e máquinas agrícolas e rodoviárias.
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que representa 25 montadoras, destaca que a prática de dumping ocorre quando empresas vendem produtos abaixo do custo para conquistar mercado, o que prejudica a produção local. As chinesas BYD e GWM foram as principais responsáveis pela alta no número de veículos importados do país, com um crescimento de 60% nas vendas de eletrificados, representando 22,7% dos carros importados em 2024.
A GWM defende sua atuação, afirmando seguir as normas internacionais, enquanto a BYD rejeita acusações de dumping, ressaltando seu investimento no Brasil com a construção de uma fábrica na Bahia. A Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) também se posiciona, reafirmando o direito à investigação, mas sem considerar a situação como distorção nas relações comerciais entre Brasil e China.
A Anfavea tem apontado que o aumento das importações de veículos e máquinas da China pode prejudicar a produção local, com riscos para a geração de empregos e o desenvolvimento de novas tecnologias no Brasil. Além disso, a entidade discute a crescente participação de fabricantes estrangeiras em licitações públicas, como as do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o que tem preocupado o setor.