Depoimentos colhidos pelo STF apontam envolvimento direto do ex-presidente Jair Bolsonaro em articulações para reverter o resultado da eleição de 2022. Segundo testemunhas, o ex-mandatário discutiu com generais das Forças Armadas a possibilidade de prender o ministro Alexandre de Moraes e se manter no poder mesmo após a derrota para Lula (PT).
O general Freire Gomes, ex-comandante do Exército, relatou que Bolsonaro recebeu um plano golpista e foi alertado sobre as implicações jurídicas. Já o ex-comandante da FAB, Carlos Baptista Júnior, afirmou que houve reuniões no Palácio da Alvorada onde se cogitou prender Moraes.
As oitivas incluíram 52 testemunhas, sendo 50 da defesa. Apesar da tentativa de mostrar um presidente “resignado”, como disseram Ciro Nogueira e Tarcísio de Freitas, o conteúdo dos depoimentos fortalece a acusação.
Bolsonaro é réu por tentativa de golpe, organização criminosa e outros crimes. O relator Alexandre de Moraes destacou incoerências nos testemunhos e chegou a ameaçar prender quem falseasse informações. O processo segue agora para a fase de alegações finais.