A tradicional cena da Cracolândia na Rua dos Protestantes, em São Paulo, amanheceu diferente nesta semana. O chamado “fluxo” de dependentes químicos praticamente desapareceu, surpreendendo moradores e comerciantes. Apesar do alívio aparente, relatos apontam que os usuários migraram para outras áreas do centro, como o Minhocão, Santa Cecília e avenidas próximas.
O prefeito Ricardo Nunes afirmou que a dispersão é resultado do trabalho conjunto entre prefeitura e governo estadual, citando o enfraquecimento do tráfico de drogas como fator principal. A Secretaria de Segurança Pública reforçou a versão, destacando prisões, apreensões e monitoramento como pilares da operação.
Por outro lado, o movimento A Craco Resiste denuncia ações violentas da Guarda Civil Metropolitana, acusando a prefeitura de retomar políticas repressivas de 2012. Relatórios em parceria com a USP e a Unifesp apontam agressões, humilhações e violações de direitos durante abordagens.
Enquanto o governo comemora os resultados, especialistas alertam para o risco de “dispersão sem cuidado”, que apenas transfere o problema. A prefeitura ainda não respondeu às denúncias de violência feitas pela organização.