domingo, 23/02/2025

FCDLMS mobiliza e une entidades do varejo sul-mato-grossense para as potencialidades da Rota Bioceânica

A FCDLMS (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Mato Grosso do Sul) se reuniu, na quarta-feira (19), com diversos representantes que envolvem o setor do turismo de Mato Grosso do Sul, e a Delegação de Jujuy/Argentina, composta por membros do conselho de economistas, contadores e administradores daquela região.

A reunião surgiu a partir das necessidade do boom que está sendo a Rota Bioceânica, que terá trajeto rodoviário de 3.250 km, conectando os oceanos Atlântico e Pacífico, atravessando Brasil, Argentina, Chile e Paraguai.

O encontro teve como objetivo firmar parceria de colaboração entre o varejo sul-mato-grossense e o varejo argentino, além de debater temas estratégicos para o desenvolvimento econômico e social de ambas regiões.

A pauta que mais se estendeu foi a mobilidade terrestre e aérea, visando o fortalecimento das relações comerciais e turísticas. 

A presidente da FCDLMS, dra. Inês Santiago, lembrou que em 2019 já conversava com o ministro João Parkinson sobre a Rota Bioceânica. 

“Em 2019 já fazia uma live com o ministro Parkinson, para mostrar as potencialidades da rota para nosso Estado. O nossoobjetivo com a ajuda de vocês é que a gente comece a trazer isso para a realidade para os nossos varejistas, para que efetivamente as potencialidades da rota sejam aproveitadas”, disse.

Ainda de acordo com Inês, uma das alternativas para melhorar a parceria é aprimorar as rotas aéreas. “Estamos falando de via aérea, porque as rotas estão longas hoje. São 17 horas de voo que nos separa da Argentina e poderia ser feiro em uma hora e meia ou duas horas . Nós estamos com um foco na rota aérea, mas sem descuidar do terrestre”, pontuou.

Também foi firmado um Termo de Integração e Cooperação Mútua entre a FCDLMS e a representante de Jujuy.

O líder da Frente Parlamentar do Varejo de Comércio e Serviços de MS, deputado Renato Câmara, está entusiasmado em conseguir essa aproximação entre MS e Jujuy.

“O objetivo é fazer essa aproximação, entender as potencialidades das regiões e buscar, dentro dessa discussão, oportunidades para o nosso comerciante, para o varejo. Não só pensar nas grandes empresas, que têm sua dinâmica, mas também o pequeno comerciante, o varejista, os serviços, que têm oportunidade na Rota Bioceânica e com essa aproximação com a província de Jujuy”, destacou.

Renato Câmara também destacou sobre as potencialidades de MS. “A discussão é em relação à questão do foco do turismo, de aproveitar as potencialidades dessas duas regiões para fazer esse incentivo. Com as nossas potencialidades, Pantanal, Bonito e tantas outras belezas naturais que nós temos, eles ficaram encantados e isso precisa ser incentivado para ampliar a vinda do turista argentino para cá também”, finalizou.

A presidente do Conselho Profissional de Ciências Econômicas de Jujuy, Blanca Julia Juarez, destacou que se sente grata por terem escolhido Jujuy.

“É uma grande oportunidade. Estamos totalmente agradecidos a presidente Inês Santiago por essa possibilidade em trabalhar de forma conjunta e ter escolhido Jujuy. Assumimos um desafio que a Rota significa e representa”, disse.

Outro assunto que ela colocou em questão é a falta das casas de câmbio em Mato Grosso do Sul.

“Pensamos que isso vai fomentar a economia e o turismo, e ajuda os turistas que necessitam ir para outros lugares”, completou.

O diretor do Aeroporto Internacional de Campo Grande, UsielPaulo Vieira, apresentou algumas ideias sobre o assunto.

Segundo ele, para os próximos dois anos serão R$ 510 milhões de investimento para os aeroportos de Campo Grande, Ponta Porã e Corumbá.

“Já reservamos na nossa área patrimonial uma área de 200 hectares para que seja explorada para logística. Temos uma expectativa muito grande nesses investimentos tanto é que nosso estudo de viabilidade econômica não está fechado esperando um desembaraço mais claro do que vai ser a Rota Bioceânica. Estamos em tempo integral para entender como se dará a rota”, destacou. 

Uma das ideias é criar rotas regionais, com aeronaves menores de nove assentos, ligando Corumbá, Ponta Porã, Bonito, Dourados e Três Lagoas.

Em médio prazo, a ideia é essa, procurar mercado para aviação regional. No prazo mais longo, rotas domésticas nacionais. A expectativa da Aena é que a gente consiga uma rota doméstica internacional”, pontuou. 

De acordo com o diretor-presidente da Fundação de Turismo, Bruno Wendling, em 2024, o primeiro país que mais vem para Mato Grosso do Sul são os Estados Unidos.

Já em relação ao Chile e Argentina, são em torno de 7 mil passageiros que vieram para Mato Grosso do Sul.

“Pode ser feita uma estratégia de um voo que garanta os assentos. Nós temos um estado altamente em crescimento, queremos oferecer um turismo de alta qualidade. A Rota Bioceânica vem pra fortalecer, temos 8 governadores envolvidos na rota. Nós temos planos de negócios para captação de voos, nós podemos criar a demanda. Estamos bem preparados com estratégia de manter os turistas e captar novos. Queremos um estratégia para a Argentina um pouco mais consolidada, e estamos nos aproximandando do Chile no mercado de ecoturismo”, disse.

O presidente da CDL Campo Grande, Adelaido Vila, destacou as potencialidades da Rota Bioceânica.

Está na hora da iniciativa privada deixar de ser apenas um passivo, e agir em prol de um atendimento, de uma necessidade que é tão premente. Hoje nós temos uma grande potência nas mãos, nós temos como alimentar o mundo. Devemos procurar tanto no Chile quanto na Argentina empresas aéreas que queiram estar conosco. Também o movimento de bares e restaurantes de Jujuy, Itaparacá para a gente entender e fazer uma grande frente de trabalho”, ressaltou.

O presidente da Abav-MS (Associação Brasileira de Agências de Viagens de Mato Grosso do Sul), João Evaristo, disse que as agências estão preparadas.

“As agências estão prontas para começar, mas precisam do produto. A rota precisa começar a funcionar. As agências estão prontas para comercializar esse produto, também é possível de se fazer roteiros”.

Outros assuntos debatidos foram mapeamento de oportunidades nas regiões da Rota Bioceânica, capilaridade cambial e facilitação das transações financeiras, construção da inclusão da identificação estrangeira nas notas fiscais nacionais e análise de crédito Via SPC Brasil, com vistas à segurança nas operações comerciais.

Grupo

Na ocasião também foi criado um grupo de trabalho para tratar dos assuntos da Rota Bioceânica que envolvem o varejo decomércio e serviços. 

Estão inclusos os setores de agências de viagens, Fundação de Turismo MS, Fundacao da Cultura MS, o Conselho Profissional de Ciências Econômicas de Jujuy, associação brasileira de hotéis, Acrissul, Celeiro MS, além da FCDL MS e das CDLs de Campo Grande e Dourados.

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