Janeiro de 2025 foi o mês mais quente já registrado, com temperaturas 1,7°C acima dos níveis pré-industriais, desafiando a expectativa de que o fenômeno natural La Niña traria algum alívio ao clima global. Mesmo com o fenômeno de La Niña, que normalmente resfria a temperatura do Pacífico, os oceanos permanecem excepcionalmente quentes, evidenciando como o aquecimento causado pelas emissões de gases de efeito estufa está dominando os padrões climáticos naturais.
Pesquisas apontam que o aquecimento dos oceanos acelerado pelo homem está sobrecarregando as flutuações climáticas naturais, como El Niño e La Niña, tornando cada vez mais difícil para esses fenômenos amenizarem o aumento das temperaturas globais. A situação é agravada pela contínua emissão de gases de efeito estufa, que intensificam o aquecimento, enquanto políticas de ar limpo, ao reduzir a poluição, acabam contribuindo para mais radiação solar atingindo a superfície da Terra.
Embora um mês quente não seja indicativo de uma mudança climática irreversível, a tendência é clara: o impacto do aquecimento global está se tornando mais difícil de conter, e a necessidade de reduzir drasticamente as emissões de carbono é cada vez mais urgente para evitar consequências climáticas mais severas.
*Este artigo foi originalmente publicado no site da The Conversation.