Nas eleições municipais de 2024, 728 mulheres foram eleitas como prefeitas no Brasil, com 82,5% delas representando partidos de direita ou centro. O MDB lidera com 130 prefeitas, seguido pelo PSD com 104 e pelo PP com 89.
No segundo turno, 15 mulheres concorreram a cargos de prefeita em 13 municípios, e apenas cinco delas foram eleitas:
Adriane Lopes (PP) em Campo Grande (MS)
Elizabeth Schmidt (União Brasil) em Ponta Grossa (PR)
Emilia Correa (PL) em Aracaju (SE)
Elisa Araújo (PSD) em Uberaba (MG)
Mirella (PSD) em Olinda (PE)
Curiosamente, nenhuma candidata de partidos de esquerda foi eleita nesta fase.
Entre as mulheres eleitas, 348 representavam partidos de direita ou centro-direita, enquanto 251 pertenciam a partidos do “centrão”. Apenas 129 prefeitas eram de esquerda ou centro-esquerda.
Dentre as vitórias, Adriane Lopes, reeleita em Campo Grande/MS, recebeu apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Já Emilia Correa fez história ao se tornar a primeira mulher prefeita de Aracaju.
A candidata Janad Valcari, que era favorita nas pesquisas no Tocantins, surpreendeu ao perder a eleição. Ela é conhecida por suas ligações com o bolsonarismo.
Hannah Maruci, especialista em Ciências Políticas, destaca que o perfil ideológico das eleitas reflete fatores como o maior financiamento de partidos de direita, que geriram cerca de R$ 886 milhões nas eleições. Em 2024, 15,2% dos candidatos a prefeito eram mulheres, com apenas 13,2% sendo eleitas. No legislativo, as mulheres representaram 35%, próximo da cota eleitoral de 30%, mostrando que ainda há desafios a serem superados para aumentar a participação feminina na política.